Ressonância magnética e tomografia computadorizada são exames de imagens cada vez mais solicitados nos consultórios médicos. Lesões e alterações degenerativas como hérnia de disco, protusão discal e artrose são constantemente encontradas em exames de imagem da coluna vertebral. Com o avanço tecnológico, alterações radiográficas, que antes eram impossíveis de serem descobertas, são diariamente encontradas nos exames de imagem.
Falar que esses exames são desnecessários é incorreto. Em diversas patologias como fraturas e tumores o exame de imagem é o que determina a conduta a ser seguida.
Mas por outro lado, dizer que os exames de imagens são fundamentais para o tratamento de dor é totalmente equivocado. Até hoje os estudos não conseguiram demostrar relação entre o tipo de lesão identificado na imagem e a intensidade da dor gerada por essa lesão. Muitos pacientes apresentam grandes lesões em seus exames e não possuem dor ou incapacidade.
Em hipótese nenhuma, o resultado da imagem deve ser considerado de forma isolada para o tratamento de dor nas costas. O exame físico é soberano. A avaliação através de testes funcionais e diagnósticos são fundamentais para traçar a melhor conduta. No exame de imagem, nem tudo é relevante, verdadeiro e principalmente, a maioria dos achados não esclarecem a origem da sua dor.
Outro problema encontrado nos tratamentos que são baseados apenas nos exames de imagens são os ERROS de interpretação. Richard Herzog realizou um estudo onde o mesmo paciente (mulher de 63 anos com dor nas costas) realizou 10 ressonâncias magnéticas em diferentes laboratórios. O resultado foi:
– 49 achados DIFERENTES;
– 16 achados INÉDITOS;
– NENHUM resultado se repetiu nos 10 laudos.
Este estudo revelou alta prevalência de erros interpretativos e concluiu que a interpretação do radiologista pode ter um impacto negativo na escolha subsequente do tratamento e no resultado clínico.
No Instituto RV, a avaliação é feita através da interpretação dos testes clínicos e funcionais e o exame de imagem (quando existente) serve como informação complementar e, portanto, não é INDISPENSÁVEL.
A avaliação permite excluir a presença de de patologias graves como fratura e tumor e por isso o tratamento pode ser feito sem exames de imagem. Caso algum teste sugira a possibilidade de uma patologia grave, que tenha de ser melhor investigada, nós encaminhamos o paciente a um clínico para avaliação.
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FONTE: Variability in diagnostic error rates of 10 MRI centers performing lumbar spine MRI examinations on the same patient within a 3-week period